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Etiqueta: junho_2024

Pintura ‘Descida da Cruz’ integra exposição de longa duração

4 de Junho, 2024

Adquirida pela Fundação Livraria Lello e colocada em depósito no Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), a pintura ‘Descida da Cruz’, de Domingos Sequeira, já se encontra disponível para fruição pública, integrando o circuito expositivo do MNSR.

 

A exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis tem já patentes quatro óleos e um conjunto significativo de desenhos de Domingos Sequeira, pelo que a ‘Descida da Cruz’ está exposta na mesma sala, enriquecendo o acervo disponível. De resto, são igualmente expostos desenhos preparatórios da obra, pertencentes ao acervo do MNSR, alimentando um “diálogo” entre a coleção do museu e este valioso novo depósito.

 

‘Descida da cruz’, pintura sacra datada de 1827, faz parte de um grupo de quatro pinturas tardias de Domingos Sequeira, executadas em Roma, onde o artista morreu em 1837.

Domingos Sequeira é considerado o mais talentoso e original pintor português do seu tempo, tendo desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da arte portuguesa de início do século XIX.

 

No dia 27 junho, pelas 18 horas, uma conversa sobre a vida e obra de Domingos Sequeira permitirá aprofundar conhecimentos sobre o pintor português e a pintura ‘Descida da Cruz’, contando com as participações de José Luís Porfírio, Museólogo e Crítico de Arte, António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, e Ana Paula Machado, Gestora da Coleção de Pintura do MNSR. Atividade gratuita, sujeita a inscrição prévia, através do formulário online.

MNSR distinguido pela APOM com Prémio Museu do Ano

31 de Maio, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) foi hoje distinguido com o Prémio Museu do Ano, pela Associação Portuguesa de Museologia, em sessão presidida pelo Presidente da República, realizada na Alfândega do Porto.

 

Antes da cerimónia de entrega dos prémios APOM 2024, Marcelo Rebelo de Sousa teve oportunidade de visitar o Museu Nacional Soares dos Reis, detendo particular atenção na pintura ‘Descida da Cruz’, de Domingos Sequeira, pertencente à Fundação Livraria Lello, e que passará a integrar a exposição de longa duração do MNSR já a partir de amanhã.

 

Para António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, trata-se de uma distinção que “muito honra a instituição, premiando a dedicação e empenho de todos os profissionais que diariamente contribuem para elevar e sustentar a reputação do MNSR, cada vez mais fortalecida e confirmada”. Agradecendo a todos os que têm vindo a colaborar neste projeto, António Ponte lembrou a importância dos apoios mecenáticos e do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

Tratando-se de uma premiação entre pares, a atribuição do Prémio Museu do Ano “adquire ainda maior significado e relevância, traduzindo o reconhecimento pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos anos, sobretudo após a reabertura plena do MNSR”.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis foi ainda distinguido com o Prémio Parceria, pelo Programa Arte e Saúde, desenvolvido em parceria com o Centro Hospitalar Universitário do Porto, com o contributo mecenático da Fundação António Manuel da Mota. Este programa tem como destinatários a comunidade de utentes, acompanhantes, cuidadores e profissionais de saúde de uma das entidades mais populosas do território ‘vizinho’ do MNSR: o Centro Hospitalar Universitário do Porto, composto pelo Hospital Santo António; Centro Materno Infantil do Norte Albino Aroso; Centro de Genética Médica Jacinto de Magalhães, Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório e Hospital Magalhães Lemos.

 

Reunindo a coleção mais importante de arte portuguesa do século XIX, a renovada exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis, cuja abertura ao público ocorreu a 13 abril de 2023, foi construída de acordo com os mais recentes padrões de acessibilidade e inclusão museológica.

 

O MNSR assume-se como um espaço plural, de partilha de identidade e pertença através da arte e cultura, promovendo a reflexão, a criatividade e o pensamento crítico contemporâneo partindo das coleções que guarda, conserva, investiga e comunica.

 

Com uma programação regular diversa, destacam-se várias exposições temporárias, que trazendo interpretações diversificadas sobre os diferentes núcleos da sua exposição de longa duração, permitem aprofundar o conhecimento científico de artistas representados nas coleções, bem como reforçar as ligações com parceiros e visitantes.

130º Aniversário da inauguração do Velódromo Maria Amélia

30 de Maio, 2024

O Velódromo Rainha Maria Amélia foi inaugurado a 29 junho de 1894, assinalando-se este ano o 130º aniversário da sua abertura oficial.

 

Em 1893 foi fundado o Velo Club do Porto, com sede no antigo Chalet do Palácio de Cristal. Por pedido do seu presidente, o Barão de Paçô Vieira, o rei D. Carlos foi instituído como Presidente Honorário, ficando a designar-se Real Velo Club do Porto.

 

Na falta de um recinto para a prática do ciclismo em expansão em finais do século XIX entre as elites da cidade, D. Carlos cedeu os terrenos da quinta do Palácio Real para a construção do Velódromo. O engenheiro Estevão Torres, 2º secretário do clube, foi o responsável pelo levantamento das plantas da quinta para o efeito, sendo o acesso feito pela então designada rua de Pombal (atual rua Adolfo Casais Monteiro).

O Velódromo integrava construções acessórias, uma elegante tribuna em madeira para cerca de 700 pessoas (outras fontes referem 400 pessoas), albergando ao centro o camarote real. Por baixo da tribuna ficavam cerca de 50 camarotes alugados pelos sócios para aí guardarem as suas roupas, bicicletas, etc. Uma arquibancada com três ordens de assentos, com capacidade para mil lugares, ficava situada ao cimo de uma das rampas. Existia ainda um espaço descoberto destinado a peões. Em frente estava situada uma tribuna de partida e chegada com um quadro identificativo das voltas a percorrer. No mesmo local, no andar superior, encontrava-se a tribuna do júri. Entre a lotação das tribunas e os lugares de peões a capacidade de espetadores do Velódromo era aproximadamente entre 2500 a 3000 lugares. A construção do Velódromo e tribuna foi dirigida pelo sócio José Isidoro de Campos.

 

Sobre a sua vivência são conhecidas numerosas notícias de corridas e eventos aí realizados, como a de uma festa de beneficência em favor de um dispensário para crianças, patrocinado pela Rainha D. Amélia.

 

Após a implantação da República o Velódromo esteve inativo. Em 1915 reapareceu com a designação de Velo-Club do Porto e manteve a atividade no local até à década de 1930. Com a instalação do Museu Nacional Soares dos Rei em 1940, o espaço foi transformado num jardim arqueológico. As obras de reabilitação do edifício em 2001 recuperaram a memória do antigo Velódromo, com a construção dos dois semicírculos nos topos que fechavam a pista.

Aurélia de Souza: um ‘caso raro’ na arte portuguesa de finais do seculo XIX

22 de Maio, 2024

Nascida no Chile, em 1866, e radicada no Porto desde a infância, Aurélia de Souza morre aos 57 anos nesta cidade, a 26 maio de 1922.

 

Segundo a tradição familiar, Aurélia de Souza terá iniciado a sua aprendizagem artística com as lições particulares de desenho e pintura de Caetano Moreira da Costa Lima. Tinha já 27 anos quando se matriculou na Academia Portuense de Belas-Artes, que frequentou entre 1893 e 1899. Interrompeu os estudos na Academia e partiu para Paris, Paris suportada financeiramente pela família. Ali permaneceu cerca de três anos e frequentou os cursos de Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant na Academia Julian.

 

À semelhança do programa dos bolseiros do Estado, antes de regressar a Portugal, viajou por vários países europeus na companhia da irmã Sofia, também ela pintora, que se juntara a Aurélia em Paris.

 

Regressada ao Porto, Aurélia de Souza desenvolveu uma carreira reservada, algo arredada dos meios artísticos da cidade, apesar da participação regular em exposições coletivas.

 

A produção artística de Aurélia de Souza assenta num conjunto diverso de temáticas: as que preferiu e trabalhou ao longo de toda a carreira foram o retrato, a paisagem e as cenas intimistas do quotidiano doméstico. Além do seu próprio rosto, Aurélia de Souza procurava os motivos para as suas pinturas no universo familiar, fonte inesgotável de inspiração: as pessoas, os recantos da casa, os aspetos do jardim, os trechos de paisagem com o rio ao fundo.

 

É da autoria de Aurélia de Souza uma das obras de referência da arte portuguesa na viragem dos dois séculos: o Autorretrato da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, classificado como Tesouro Nacional (na imagem).