A 23 janeiro de 1905 faleceu Rafael Bordalo Pinheiro, considerado o maior artista plástico português do século XIX.
Virtuoso desenhador, caricaturista, ceramista, Rafael Bordalo Pinheiro colocou o seu imenso talento plástico ao serviço das suas convicções cívicas e políticas.
Rafael Bordalo Pinheiro nasceu em Lisboa, a 21 março de 1846. Irmão de Columbano, também ele segue a tradição familiar de uma vida dedicada às Artes.
Artista empreendedor e multifacetado, trilhou um percurso muito próprio, dedicando-se às artes gráficas, artes plásticas, cerâmica, desenho de objetos e decoração, produzindo uma vasta obra que reflete quase sempre de forma crítica o quotidiano cultural, político e social da época em que viveu.
Vivendo num período de mudança em que o Fontismo, promovendo o desenvolvimento tecnológico e industrial, imprimiu uma nova dinâmica nos diversos setores da sociedade, Rafael Bordalo Pinheiro foi também ele inovador, desenvolvendo o desenho humorístico e o cartoon como expressão artística.
Integrando o círculo de intelectuais e artistas que definiram a Geração de 70 e privando com personalidades dos diversos setores de influência da sociedade oitocentista, incluindo a própria Corte, Bordalo Pinheiro consegue, através da sua obra, mostrar um retrato fidedigno da sociedade de então.
Consciente do poder e da força da imprensa, funda diversos periódicos, utilizando a caricatura como veículo para a defesa dos seus ideais.
O acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, bem como da Casa-Museu Fernando de Castro, integra várias peças de autoria de Rafael Bordalo Pinheiro, de que destacamos o Escarrador e o Penico John Bull.