O jardim do Museu Nacional Soares dos Reis é palco, no próximo dia 16 setembro, de mais uma edição do Maracujália, evento criado em 2015 e que conta já com cerca de 30 edições realizadas entre Porto, Lisboa e Rio de Janeiro.
Este amplo espaço verde no coração da cidade será preenchido com uma energia vibrante, cores vivas, alegria contagiante, movimento constante e uma dose generosa de criatividade.
O dia será recheado de atividades diversificadas, desde a dança e arte até à street food, conferências, performances, cinema e muita música.
Será proporcionada uma viagem musical eclética, começando nos ritmos ancestrais da world music e passando pelo sabor intenso da cumbia e das sonoridades tropicais da América Latina. No meio deste espectro musical, a intensidade e o poder da música eletrónica, com base no house e em ritmos tribais alegres e contagiantes. O Funk Carioca também cabe no alinhamento.
O antigo velódromo Maria Amélia
O jardim do Museu Nacional Soares dos Reis localiza-se nas traseiras do Palácio dos Carrancas, onde, em 1894, foi inaugurado o velódromo Maria Amélia, de que ainda restam significativos vestígios.
Um equipamento que, na altura, veio dar resposta ao crescente entusiasmo que a elite do Porto dos finais do século XIX sentia pela bicicleta.
Destinado para corridas dessas “loucas e velozes máquinas”, com um traçado que permitia percorrer um quilómetro em três voltas, este foi um dos primeiros recintos desportivos da cidade e integrava também dois campos de ténis.
Aberto no que seria então uma pequena mata e espaço de hortas, cedidos pelo rei D. Carlos à Associação Velo Club do Porto, o velódromo desenvolvia-se nas traseiras do neoclássico Palácio dos Carrancas mandado construir em 1795 pela família Morais e Castro e que, adquirido em 1861 pelo rei D. Pedro V, se convertera na residência oficial da família real em deslocações ao Porto.
Posteriormente, a partir de 1940, foi convertido no Museu Nacional Soares dos Reis. A designação do velódromo resulta do nome da esposa do rei D. Carlos I: a rainha Dona Amélia.
Atualmente, em exposição no Jardim do Museu (ex-velódromo) estão objetos em pedra ligados à história da cidade do Porto. A grande maioria destes objetos é proveniente de demolições de edifícios (conventos ou capelas), fontes e muralhas, que se verificaram no final do século XIX e início do XX, em consequência do crescimento urbanístico da cidade.