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Categoria de Coleção: Vidro

A coleção de vidros do Museu Nacional Soares dos Reis reúne um importante conjunto de peças das primeiras manufaturas nacionais estabelecidas sob incentivo régio, a Real Fábrica de Vidros de Coina fundada em 1719 por D. João V. Mais tarde foi transferida para a Marinha Grande, onde D. José I deu alvará a uma nova unidade fabril, em 1769, a Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande.

A coleção acolhe um núcleo da primitiva produção, os vidros cristalinos, peças de prestígio destinadas ao consumo da realeza e nobreza, a par de outras peças produzidas com técnicas importadas, como a pintura em esmalte, a lapidação e gravura à roda. Registam-se as formas caraterísticas do século XVIII como os copos de grandes dimensões, modernos cálices de pé alto, galhetas unidas, frascos prismáticos, entre outros. No âmbito da vidraria estrangeira assinala-se uma série de vidros transparentes e opalinos com pintura em esmalte que ilustra uma produção que se expandiu na Europa a partir de 1700. Destacam-se ainda peças com origem na Real Fábrica de Vidros de La Granja de San Ildefonso, 1727, em Segóvia, estabelecida uns anos depois da fábrica portuguesa de Coina.

O crescimento da coleção foi dirigido para a vidraria de produção nacional, estendendo o âmbito cronológico até ao século XIX.

Taça com tampa

Taça com tampa

Espanha, Real Fábrica de Vidros de La Granja de San Ildefonso

1775

Vidro incolor gravado e dourado

Ficha de inventário

Com forma de vaso com tampa, a ornamentação com grinaldas em folha de loureiro segue modelos de forma e decoração neoclássica, a principal tendência artística seguida por esta manufatura espanhola de criação régia. Na sua vasta produção encontram-se peças delicadas para serviço de mesa, constituindo uma característica da produção os vidros dourados ao fogo, que esta taça exemplifica.

Garrafa

Garrafa

Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande

1769-1780

Vidro incolor gravado à roda

Ficha de inventário

Para utilização em ambiente doméstico e ligada a serviço de mesa, esta garrafa de colo alto apresenta tampa esférica, uma inovação técnica que permitiu a preservação dos líquidos aí guardados. Trata-se de uma produção da Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande, que recebeu alvará régio em 1769. A legenda no verso VIVAT REX IOSEPHUS 1 [Viva Rei José I] celebra o monarca, adicionando ainda a Cruz de Cristo, e ao centro do depósito, o brasão de armas reais.

Frasco

Frasco

Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande

1770 – 1800

Vidro incolor lapidado

Ficha de inventário

No século XVIII, os frascos eram utilizados como contentores de todo o tipo de líquidos, mas a documentação da época refere especificamente que frascos com rolhas de tarrachas, ou gargalos de rosca exterior, tal como este exemplar, eram destinados a conter tabaco.

Frasqueira de viagem

Frasqueira de viagem

Boémia

1750-1800

Madeira de carvalho e casquinha; ferro; papel estampado; vidro incolor gravado e dourado

Ficha de inventário

As frasqueiras eram utilizadas em viagem, guardando e conservando os frascos de forma organizada em compartimentos. A ornamentação a ouro, por economia de meios, era apenas aplicada no colo dos frascos, parte que ficava visível na abertura da caixa.

Esta caixa tem o exterior reforçado por arestas e cantoneiras em ferro, bem como argolas laterais permitindo transporte seguro do seu recheio. No interior guarda 12 frascos destinados a diversos líquidos, como águas de cheiro e óleos aromáticos. As tampas dos frascos, de forma esférica, asseguravam uma conservação perfeita dos conteúdos. O interior da frasqueira revela igualmente um fabrico cuidado: revestida a papel ornamentado, o verso da tampa é revestido em tecido almofadado com efeito amortecedor, apropriado ao transporte de delicados objetos.

Caneca

Caneca

Europa central

1775-1800 

Vidro incolor gravado a ponta de diamante 

Ficha de inventário

Peça certamente de encomenda como indica o brasão de armas da poderosa família Meneses de Cantanhede, marqueses de Marialva ou do Louriçal. Foi adicionada uma contínua e minuciosa decoração de elementos que celebram, com uma notável gravação a relevo, a ornamentação rococó: espécies de caça em movimento, paisagens animadas com figura humana e arquitetura chinesa.

Salva

Salva

Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande (?)

1750-1800

Vidro incolor gravado e dourado 

Ficha de inventário

Salva ou fruteiro de pé alto, com modelo de origem inglesa, é reproduzida em catálogo da vidraria nacional de meados do século XVIII. Eram utilizadas para a apresentação de doces e podiam ser apresentados em pirâmides, sendo para esse efeito utilizados exemplares de diferentes dimensões, assim produzidos como exemplifica o referido catálogo.

Cálice

Cálice

Real Fábrica de Coina (?)

1719-1947

Vidro incolor gravado à roda

Ficha de inventário

Cálice destinado a vinhos generosos ou licores, relacionado com a sofisticação de hábitos de mesa, certamente destinado ao consumo da nobreza. Os elegantes pés altos seguiam gostos e técnicas de origem inglesa assimilados por esta manufatura, no seguimento da comunicabilidade de conhecimento e experiências nesta área, entre o nosso país e Inglaterra.

Copo

Vidro incolor gravado

Fábrica da Vista Alegre, Joaquim Manuel das Neves (gravador)

1833-1840

Ficha de inventário

A delicada gravação evoca o episódio militar que antecedeu o Cerco do Porto (1832-33), o desembarque do exército militar comandado por D. Pedro IV na praia de Mindelo.

Na pequena superfície do copo, o gravador Joaquim Manuel das Neves representou todos os símbolos do acontecimento: o nome e o retrato do Rei Soldado, a fragata D. Amélia que o transportou desde a ilha de S. Miguel do arquipélago dos Açores e a data do episódio histórico (9 de Julho de 1932).

Um tributo, entre outros inscritos nesta produção, que a Fábrica da Vista Alegre e os seus proprietários prestaram à vitória da causa liberal.

Frasco

Real Fábrica de Vidros de Coina

1719-1748

Vidro incolor, pintura em esmalte policromado; estanho

Ficha de inventário

Os frascos contam-se entre as tipologias mais correntes do século XVIII, podendo ser utilizados como contentores de vinhos preciosos ou outros líquidos, como águas de cheiro ou óleos aromáticos. Este frasco prismático com as armas reais engalanadas com palmas celebrativas, tem no verso uma inscrição celebrativa ao monarca D. João V, “VIVAT IOANNES V”, fundador da manufatura estabelecida em Coina.

Prato

Prato

Real Fábrica de Vidros de Coina (?)

1719-1747

Vidro incolor gravado à roda

Ficha de inventário

Este prato ou salva para copo tem como motivo central as armas reais portuguesas gravadas, dividindo a inscrição VIVAT IOANNES V [Viva João V], que celebra o rei fundador da mais importante manufatura vidreira da primeira metade do século XVIII. A ornamentação, finos ramos de videira e cachos de uvas gravados, segue o gosto naturalista prevalecente nesta unidade fabril e do seu período cronológico, o barroco.