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Categoria de Coleção: Casa Museu Fernando de Castro

O Vendedor de estatuetas (Compra Garibaldi!)

Pintura O vendedor de estatuetas

João Cristino da Silva (1829 – 1877)

1866 (?)

Óleo sobre tela

Ficha de inventário

Apresentada pela primeira vez em 1866 na exposição da Sociedade Promotora das Belas Artes com o n.º 23 e intitulada Compra Garibaldi! foi, no ano seguinte, de novo exibida na mesma sociedade e na Exposição de Paris.

Não se trata de um tema comum na pintura portuguesa, contrariamente ao que ocorre no resto da Europa, pois estes vendedores ambulantes de estatuetas de gesso, na sua grande maioria de origem italiana, emigraram para países como a França, a Áustria, a Suíça ou a Inglaterra.

A figura representada nesta pequena tela, cuja indumentária se pode identificar com a de um italiano, carrega ao ombro, em equilíbrio instável, uma tábua onde apresenta uma série de peças em gesso e em cerâmica prontas para vender. Na mão direita segura um busto de Garibaldi, idêntico aos tantos outros produzidos em homenagem ao herói italiano, induzindo à sua compra. Esta pintura encontra-se exposta no MNSR.

Escarrador

O Escarrador

Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905)

Portugal, Caldas da Rainha

Faiança vidrada e policromada

Ficha de inventário

Localizado no interior da mesa-de-cabeceira do quarto de dormir do colecionador, este escarrador de cerâmica criado por Rafael Bordalo Pinheiro é um bom exemplo de como o artista levou a crítica social e política dos jornais para a sua obra plástica.

Apesar de ser um objeto de uso quotidiano comum no final do século XIX, vale mais pela crítica do que pela sua utilidade. No entanto, a própria função do objeto de higiene reforça aquela crítica. É como se dissesse Ora vamos lá cuspir neste maldito agiota! que para cúmulo oferece empréstimos a taxas de juro de 50% ao mês, como se lê na inscrição sobre as lentes verdes dos seus óculos.

Penico John Bull

Penico John Bull

Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905)

1890

Portugal, Caldas da Rainha

Faiança vidrada e policromada

Ficha de inventário

Localizada no interior da mesa-de-cabeceira do quarto de dormir do colecionador, esta peça com forma de um penico representando  John Bull, é uma figura alusiva ao homem inglês ganancioso e autoritário

A sua representação enquanto penico revela a posição antibritânica que Rafael Bordalo Pinheiro tomou em consequência do Ultimatum inglês de 1890, onde os ingleses disputaram o domínio português sobre os territórios africanos entre Angola e Moçambique, causando grande indignação em vários quadrantes da sociedade portuguesa. Além da sua presença na obra cerâmica, a figura do John Bull foi representada com frequência nas páginas dos jornais do artista, na maioria das vezes em desenhos com um forte registo crítico.

Grupo escultórico

Grupo Escultórico

Sul da China

Século XIX (finais) – século XX (inícios)

Ficha de inventário

Representativas de um gosto colecionista do século XIX, estas peças recriam, sobretudo, figuras do folclore local, lendas e óperas. Característica desta cerâmica é a utilização de vidrados azuis Jun em contraste com as carnações pintadas, conferindo maior expressividade às mãos e rostos.

Produzidas inicialmente para o mercado britânico e norte-americano, depressa dominaram o colecionismo europeu. Estas peças da Casa-Museu Fernando de Castro podem ser vistas na Sala Azul, a que, no conjunto das dependências da casa, mais se aproxima da ideia de Sala Chinesa, tão comum no século XIX.

Retrato de Fernando de Castro

Fernando de Castro

Alberto Joaquim da Silva (1882-1940)

1933

Óleo sobre tela

Ficha de inventário

O colecionador Fernando de Castro é aqui representado num retrato de corpo inteiro, sentado numa cadeira de couro junto a uma secretária e uma estante, atributos da sua prática poética, literária e caricaturista.

Com ar meditativo apoia a sua mão direita sobre um dos vários livros abertos que repousam sobre a secretária, na esquerda segura um cigarro, objeto sempre presente nas suas várias representações visíveis ao longo das dependências da casa.

Le Malade Imaginaire

Pintura Le Malade Imaginaire

Giuseppe Signorini (1857–1932)

Século XIX (finais) – século XX (inícios)

Aguarela sobre papel

Ficha de inventário

Giuseppe Signorini distinguiu-se sobretudo como aguarelista e pintor de género com uma dominante de temática orientalista, representando composições ocorridas em Marrocos e no próximo Oriente. Ao mesmo tempo interessou-se por temas de pendor mais satírico, elaborando cenas onde predominavam eclesiásticos, nomeadamente cardeais.

É o caso desta aguarela, inspirada na obra de Molière, o Doente Imaginário, onde num interior luxuoso, um cardeal envergando batina e solidéu vermelhos, aparentemente achacado é observado por uma figura, presume-se que o médico, que se veste de negro e lhe toma o pulso.

Pentecostes

Pintura Pentecostes

Francisco de Campos (Flandres, ? – Évora, 1580)

Século XVI

Óleo sobre madeira

Ficha de inventário

Inicialmente pensada ser da mão do pintor maneirista Gaspar Dias, em 2004 esta pintura foi definitivamente atribuída, por José Alberto Seabra Carvalho, ao contemporâneo Francisco de Campos. Este mestre de origem neerlandesa seguiu uma trajetória artística apenas conhecida através dos trabalhos que realizou em Portugal.

O painel de grandes dimensões, de formato ao largo, suporte de carvalho constituído por oito elementos verticais possui indícios de apenas ter sido ligeiramente cortado do lado esquerdo da composição. A superfície pictural apresenta, no terço inferior, marcas de queimaduras presumindo-se assim que a obra deva ter estado fixada em ponto não muito elevado de retábulo de altar.

Abóboras

Pintura Abóboras

Veloso Salgado

Assinado e datado 1914

Óleo sobre tela

Ficha de inventário

Veloso Salgado distinguiu-se essencialmente como retratista e pintor histórico, no entanto a sua forte ligação ao Naturalismo, permitiu-lhe explorar outras temáticas tão próprias deste movimento.

Na eira de uma casa rústica, à frente de um muro, duas mulheres acomodam e recolhem abóboras que se acumulam no primeiro plano da composição. O jogo de luz e cor, tão próprio da estética naturalista, é aqui apresentado pelas diferentes tonalidades de amarelo das abóboras.

Os Mártires de Marrocos

Os Mártires de Marrocos

Portugal

Século XVIII

Barro cozido e policromado; cetim e lantejoulas; cordão e vara metálica

Ficha de inventário

Imagem narrativa do martírio dos cinco frades franciscanos às mãos dos soldados mouros, sob o comando do príncipe Abosaide, ocorrido no dia 16 de janeiro de 1220. Neste grupo de expressiva dramaticidade exibem-se recursos escultóricos comuns no Barroco em Portugal, como o uso da estrutura de madeira como cenário (tal como nos Presépios monumentais) e a aplicação de materiais próprios da escultura para uma criação mais realista desta movimentada cena teatral em miniatura.

Cantar ao desafio

Cantar ao desafio

Henrique Moreira (1890-1979)

Século XX

Barro policromado

Ficha de inventário

Discípulo de António Teixeira Lopes, Henrique Moreira, na sua vasta obra, perpetua claramente a herança naturalista da segunda metade do século XIX.

Este grupo escultórico de grande vivacidade cromática e temática descreve um ambiente de festa, onde um homem jovem sentado canta e dedilha um instrumento de cordas, possivelmente uma braguesa, e uma rapariga vestida com traje de minhota o acompanha cantando e batendo palmas. A obra insere-se com perfeição no tema geral da sala – Sala Regional ou Minhota.