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Aurélia de Souza: um ‘caso raro’ na arte portuguesa de finais do seculo XIX

22 de Maio, 2024

Nascida no Chile, em 1866, e radicada no Porto desde a infância, Aurélia de Souza morre aos 57 anos nesta cidade, a 26 maio de 1922.

 

Segundo a tradição familiar, Aurélia de Souza terá iniciado a sua aprendizagem artística com as lições particulares de desenho e pintura de Caetano Moreira da Costa Lima. Tinha já 27 anos quando se matriculou na Academia Portuense de Belas-Artes, que frequentou entre 1893 e 1899. Interrompeu os estudos na Academia e partiu para Paris, Paris suportada financeiramente pela família. Ali permaneceu cerca de três anos e frequentou os cursos de Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant na Academia Julian.

 

À semelhança do programa dos bolseiros do Estado, antes de regressar a Portugal, viajou por vários países europeus na companhia da irmã Sofia, também ela pintora, que se juntara a Aurélia em Paris.

 

Regressada ao Porto, Aurélia de Souza desenvolveu uma carreira reservada, algo arredada dos meios artísticos da cidade, apesar da participação regular em exposições coletivas.

 

A produção artística de Aurélia de Souza assenta num conjunto diverso de temáticas: as que preferiu e trabalhou ao longo de toda a carreira foram o retrato, a paisagem e as cenas intimistas do quotidiano doméstico. Além do seu próprio rosto, Aurélia de Souza procurava os motivos para as suas pinturas no universo familiar, fonte inesgotável de inspiração: as pessoas, os recantos da casa, os aspetos do jardim, os trechos de paisagem com o rio ao fundo.

 

É da autoria de Aurélia de Souza uma das obras de referência da arte portuguesa na viragem dos dois séculos: o Autorretrato da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, classificado como Tesouro Nacional (na imagem).