Escultor naturalista e simbolista, que assinou as suas obras como Augusto Santo, teve uma carreira breve e atribulada. Homem constantemente insatisfeito, Augusto Santo destruiu parte da sua produção escultórica.
Natural de Coimbrões, Vila Nova de Gaia, nasceu a 1 abril de 1869. Cursou a Academia Portuense de Belas Artes entre 1882 e 1889, tendo sido condiscípulo e rival de António Teixeira Lopes (ambos se matricularam no dia 20 de outubro de 1882).
Em 1891, Augusto Santo adquiriu a ferramenta do falecido mestre Soares dos Reis, antes de prosseguir os estudos em Paris, cidade onde se fixou durante três anos, usufruindo de uma subscrição particular do benemérito Joaquim Fernandes de Oliveira Mendes.
Em Paris, instalou-se na rua Denfert-Rochereau, onde residiam outros artistas portugueses como Teixeira Lopes, filho. Contactou com o artista parisiense Alexandre Falguière (1831-1900) e com vários compatriotas, entre os quais os escritores Eça de Queiroz (1845-1900) e António Nobre (1867-1900), os pintores Carlos Reis (1863-1940) e Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) e o historiador e crítico de arte José de Figueiredo (1872-1937).
Em 1893, com o fim do apoio financeiro e a falta de resultados, Augusto Santo viu-se obrigado a regressar a Portugal. Começou, então, a trabalhar no seu ateliê em Coimbrões e a frequentar os cafés portuenses da Praça Nova, onde conheceu intelectuais como Pádua Correia e Manuel Laranjeira, que o descreveu como um rosto triste, de misantropo sonâmbulo na multidão.
Entre as poucas obras que sobreviveram à destruição destaca-se a escultura Ismael, prova de final de curso na APBA, datada de 1889. O original, em gesso, conserva-se no Museu Nacional Soares dos Reis, onde se encontra em exposição a obra fundida em bronze.
Augusto Santo morreu no Hospital de Santo António, no Porto, em 26 setembro de 1907, vítima de tuberculose.