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145 anos da escultura «Flor Agreste» de Soares dos Reis

6 de Dezembro, 2023

Considerada uma das obras mais emblemáticas de António Soares dos Reis, a escultura Flor Agreste, em gesso patinado, foi executada em 1878, há precisamente 145 anos.

 

Supõe-se que o modelo da Flor Agreste era filha de uma carvoeira que passava por perto do atelier de Soares dos Reis. A menina foi retratada em 1878, quando Soares dos Reis aguardava a construção da sua casa-oficina na Rua Luís de Camões, em Vila Nova de Gaia.

 

A escultura em mármore foi vendida numa exposição-bazar do Centro Artístico Portuense, de que Soares dos Reis foi um dos fundadores, realizada em 1881, no Palácio de Cristal.

 

Postumamente, o modelo em gesso da Flor Agreste serviu de matriz para diversos tipos de reprodução, em vários tamanhos e materiais, conferindo à obra uma difusão extraordinária.

Considerado um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX, António Manuel Soares dos Reis nasceu a 14 de Outubro de 1847, na freguesia de S. Cristóvão de Mafamude, Vila Nova de Gaia.

 

Era filho de Manuel Soares Júnior, proprietário de uma mercearia a retalho, e de sua mulher Rita do Nascimento de Jesus.

 

Aos 20 anos, António Soares dos Reis tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Em 1867 partiu para Paris, onde frequentou o atelier de M. Jouffroy e a École Imperiale et Speciale des Beaux Arts.

 

Findo o período do pensionato regressou a Portugal, chegando a Vila Nova de Gaia nos primeiros dias de Setembro de 1872. Foi nessa altura que Soares dos Reis apresentou O Desterrado como prova documental do aproveitamento dos seus estudos, de modo a justificar a sua permanência no estrangeiro, ao abrigo da bolsa de Estudo.

 

Ainda nesse ano, a 23 de Dezembro, foi nomeado Académico de Mérito pela Academia do Porto.

 

A partir de 1881, leciona Escultura na Escola de Belas-Artes do Porto, embora discorde da orgânica do ensino.

 

Soares dos Reis é admirado pelos seus contemporâneos, recebe encomendas, participa em concursos e exposições, concebe monumentos públicos. A doença e insatisfação levam-no ao suicídio, em 1889, no seu atelier.