O Teatro do Bolhão apresenta, no Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis, o espetáculo «O Prazer dos Objetos», dias 24 e 25 de novembro (sexta-feira e sábado), às 19h00, e dia 26 de novembro (domingo), às 16h00.
A sessão de domingo, às 16h00, terá tradução em Linguagem Gestual Portuguesa (LGP).
A apresentação tem um cariz solidário.
A entrada é gratuita e a plateia é convidada a fazer um donativo de qualquer valor para a campanha Unidos pelo Edu*.
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Escrita e dirigida por Zeferino Mota, a peça «O Prazer dos Objetos» é apresentada em forma de palestra e aborda questões que se relacionam com património e memória, encontrando na sala de conferências de um museu o seu habitat natural.
Uma atriz na personagem de uma historiadora de arte apresenta a comunicação «O prazer dos objetos». A morte recente de uma pessoa próxima fizera-a descobrir como uma ausência significativa sacraliza fotografias, cartas, louças, gestos, etc e como são as relações de afinidade que tornam um objeto verdadeiro; torna-se real através de um vínculo e de uma proximidade.
Esta “revelação” é proposta diretamente ao público que ouve a “conferência”: o objeto sagrado pela memória é preservado, reciclado, convidado a ocupar um lugar, pode durar uma vida e pode mesmo ser um legado para futuras gerações; a sua contemplação demorada contrapõe-se ao ritmo do nosso tempo, em que as imagens passam de maneira fugaz pela retina e a multiplicidade de alternativas faz com que não tenhamos obrigação nem necessidade de nos demorarmos num lugar.
A biografia partilhada pela “performer” enquanto palestrante só aparentemente é individual; trata-se da história vivida por homens e mulheres que tentam chegar a um lugar que possam chamar lar.
Espetáculo precedido de conversa e apresentação da escultura O Desterrado
No dia da estreia do espetáculo (24 novembro), no Museu Nacional Soares dos Reis, a equipa técnica e artística do Teatro do Bolhão modera uma conversa, às 17h30, sobre os temas património e memória. Segue-se, às 18h40, e ainda antes do espetáculo, uma apresentação da obra-prima de António Soares dos Reis, O Desterrado. Paula Santos, do Museu Nacional Soares dos Reis, enquadra a emotividade saudosista que a escultura transmite no contexto em que a peça foi produzida, em Roma (1872), como prova final do curso de Escultura.
* A campanha Unidos pelo Edu reverte a favor da reabilitação de Eduardo Cunha, jovem de 17 anos e aluno do Curso de Intérprete (Ator/Atriz) na ACE Escola de Artes. Em abril deste ano, teve um acidente numa piscina e sofreu uma lesão grave na cervical, estando agora, depois de um processo difícil e longo nos cuidados intensivos do Hospital de Santo António, em processo intenso de reabilitação. A família que o tem apoiado permanentemente lançou uma campanha de angariação de fundos @unidospeloedu à qual a ACE Escola de Artes, o Teatro do Bolhão e o Museu Nacional Soares dos Reis se associam.
O Teatro do Bolhão foi formado em 2002 por um grupo de onze profissionais com direção artística de António Capelo, Glória Cheio, João Paulo Costa, Joana Providência e Pedro Aparício, a que mais tarde se juntou António Júlio. A companhia, sediada no Palácio do Bolhão, tem uma relação sinergética com a ACE Escola de Artes, integrando os/as jovens profissionais formados/as numa equipa de trabalho em constante renovação. Desde 2010, a companhia tem vindo a dinamizar um Serviço Educativo que promove uma relação contínua e orgânica com a região em que se insere através de workshops, laboratórios e oficinas, e ainda através do Teatro Portátil, que leva às escolas obras literárias lecionadas em diferentes níveis de ensino.
O Teatro do Bolhão é uma entidade financiada em regime quadrienal pela Direção Geral das Artes – Ministério da Cultura.