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Programa Ensaio da RTP evoca António Soares dos Reis

16 de Fevereiro, 2024

Os 135 Anos da Morte de António Soares dos Reis foram lembrados num novo episódio do Ensaio, da RTP. Ensaio é um magazine cultural, emitido desde o último trimestre do ano passado, dedicado à divulgação de eventos e protagonistas que marcam a atualidade artística do país.

 

Patrono do Museu desde 1911, António Soares dos Reis, considerado um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX, faleceu a 16 fevereiro de 1889. A doença e insatisfação levam-no ao suicídio, no seu atelier.

 

“Sou cristão, porém, nestas condições, a vida para mim é insuportável. Peço perdão a quem ofendi injustamente, mas não perdoo a quem me fez mal.” De acordo com a descrição de Diogo de Macedo, terão sido estas as últimas palavras deixadas pelo escultor António Soares dos Reis na manhã em que disparou dois tiros de revólver na cabeça, na sua casa-atelier de Vila Nova de Gaia, a 16 de Fevereiro de 1889 – faz hoje 135 anos.

António Soares dos Reis nasceu a 14 de outubro de 1847, no lugar de Santo Ovídio, freguesia de Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia. Com apenas 14 anos, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes, onde – durante a frequência do curso – colheu vários prémios e louvores. Em poucos anos o curso estava concluído, obtendo o 1º prémio nas cadeiras de desenho, arquitetura e escultura.

 

Aos 20 anos, António Soares dos Reis tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Entre 1867 e 1870 permanece em Paris como pensionista, recebendo lições de Jouffroy, Yvon e Taine. Em Paris recebe vários prémios pelos seus trabalhos.

 

Após breve estada em Portugal, em 1871 parte para Roma, etapa decisiva na sua formação. É em Roma que inicia a execução de O Desterrado (1872), obra de inspiração clássica, ensaio de transição para o naturalismo, premiada na Exposição Geral de Belas-Artes de Madrid de 1881.

 

Regressado ao Porto em 1873 para se dedicar à carreira artística, Soares dos Reis colabora em publicações e preside ao Centro Artístico Portuense. A partir de 1881, leciona Escultura na Escola de Belas-Artes do Porto, embora discorde da orgânica do ensino.

 

Soares dos Reis é admirado pelos seus contemporâneos, recebe encomendas, participa em concursos e exposições, concebe monumentos públicos.

 

Incapaz de se sobrepor à incompreensão e ao descrédito lançados contra o seu valor artístico e de enfrentar a obstrução sistemática aos seus esforços de inovação como docente, recorreu ao suicídio, deixando uma obra ímpar na escultura da segunda metade do século XIX.