O Museu Nacional Soares dos Reis manifesta a sua satisfação pelo avançar do processo de classificação do Mosteiro de Tibães como Monumento Nacional.
O projeto de decisão da Direção Geral do Património Cultural encontra-se em consulta pública pelo período de 30 dias, após ter sido publicado ontem em Diário da República.
O projeto prevê a ampliação da classificação da “Igreja e mosteiro de Tibães, fontes e construções arquitetónicas da respetiva quinta”, a reclassificação como monumento nacional (MN), e a redenominação para “Mosteiro de São Martinho de Tibães”.
Fundado no século XI, obedecendo à regra beneditina, o Mosteiro de Tibães tornou-se Casa-mãe da Congregação de S. Bento dos Reinos de Portugal a partir de 1567, estatuto que manteve até à sua extinção, em 1834.
Atingiu o seu máximo esplendor nos séculos XVII e XVIII emergindo como um importante centro difusor de Educação, da Arte e da Cultura Portuguesas.
Após o encerramento do mosteiro, a atividade religiosa manteve-se até aos nossos dias, ficando a igreja, a sacristia e o claustro do cemitério em uso paroquial. As restantes áreas do edifício e a cerca conventual foram vendidas a privados.
Em 1944 foi classificado como Imóvel de Interesse Público, tendo o Estado Português adquirido a cerca e a parte privada do edifício em 1986.
Recorde-se que o núcleo inicial da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis é composto sobretudo por obras de Pintura e Gravura retiradas em 1833 dos mosteiros, hospícios e conventos abandonados do Porto.
Com a promulgação do decreto de extinção das ordens religiosas em 1834, procedeu-se à integração no Museu dos bens artísticos dos mosteiros de S. Martinho de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra.
Em 2001, foram depositadas 66 obras do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis no Mosteiro de Tibães, de autores como Domingos Sequeira, Teixeira Barreto e Joaquim Rafael, entre outros. Outras obras foram depositadas em 2008, após terem sido sujeitas a intervenções de restauro.
Este primeiro museu público de arte do país inventariou pinturas, gravuras e objetos históricos.
O Museu Nacional Soares dos Reis tem, assim, origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado por D. Pedro IV de Portugal, primeiro Imperador do Brasil. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro. Foi durante a guerra civil entre liberais e absolutistas (1832-34) que D. Pedro mandou o pintor João Batista Ribeiro recolher obras de arte dos partidários do seu adversário D. Miguel e dos conventos abandonados do Porto – núcleo que deu início à coleção do Museu.