
Testemunho do vanguardismo da produção de Eduardo Viana neste período, o tema desta pintura — um conjunto de pequenas figuras de barro (ocarinas) características de Barcelos e uma boneca de trapos — está completamente a par com o interesse que surgia na primeira metade do século XX pela Europa pelos jogos e elementos de síntese das tradições populares.
Eduardo Viana adquiria habitualmente figurado de barro nos mercados em Barcelos e terá introduzido o tema junto do círculo de artistas que então se constituía em torno dos Delaunay, chegados a Portugal precisamente no Verão de 1915. Veja-se a título de exemplo os inúmeros jouets portugais realizados, desde então, por Sonia Delaunay ou A Russa e o Fígaro de Amadeo de Souza Cardoso.