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Categoria de Coleção: Ourivesaria e Joalharia

Os núcleos de Ourivesaria e Joalharia foram constituídos em 1932 com a incorporação de um conjunto de objetos do espólio do Paço Episcopal do Porto. A coleção foi crescendo com a incorporação de peças provenientes de conventos extintos, de acervos de palácios reais, de doações e de aquisições pontuais. 

O depósito das coleções da Câmara Municipal do Porto no MNSR em 1937 valorizou o núcleo de Joalharia de forma significativa, enriquecendo-o com um variado conjunto de joias pertencentes ao acervo do extinto Museu Municipal.

Guarnição de Corpete

Guarnição de Corpete

Portugal

Sem marcas de fabrico

1775-1800

Prata, topázios amarelos, crisoberilos, granadas, quartzos, berilos e topázios incolores; dobletes verdes e azuis, quartzos e topázios com forro vermelho

Ficha de inventário

Esta guarnição de corpete está ligada à devoção da Virgem do Carmo de Lisboa. A descoberta de uma gravura de Froes Machado (1759-1796) permitiu associar esta joia ao seu culto, uma vez que representa uma imagem de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Lisboa, pertencente ao convento carmelita, ostentando-a no seu corpete. A imagem, que supostamente ocupava o altar-mor da igreja do referido convento, possuiria um enxoval do qual faziam parte trajes, mantos e joias, oferecidos pela Casa Real e nobreza da época.
A peça integra o acervo do MNSR desde 1945, tendo feito parte do tesouro real guardado na caixa-forte do Palácio das Necessidades após a instauração da República em 1910.

Pendente devocional

Pendente devocional

Espanha

Sem marcas de fabrico

1750-1800

Ouro fundido, cinzelado; quartzo incolor; gravura

Ficha de inventário

O medalhão apresenta duas gravuras policromadas, colocadas ao centro e entre vidraças. No verso, é representada a Virgem Divina Pastora, e, no reverso, Santo Isidoro. A devoção e a iconografia da Virgem como pastora das almas surgem, a partir de 1703, associadas a Santo Isidoro de Sevilha. Segundo a tradição, a Virgem teria aparecido assim trajada a este frade capuchinho. Esta nova representação, que se estende de Espanha a toda a América do Sul e Europa, foi assumida como símbolo da Ordem dos Capuchinhos.
Este pendente tem a forma de um medalhão oval, de moldura dupla, contornado por uma cercadura de motivos florais, volutas e outros motivos ornamentais estilizados a rematar num florão, ao gosto barroco. A composição é enriquecida pela aplicação pontual de oito quartzos incolores lapidados.

Pendente Lanterna

Pendente Lanterna

México ou Espanha

1550-1600

Ouro, esmaltes, pérolas naturais, vidro, madeira de buxo e penas de colibri

Ficha de inventário

Este pendente devocional, executado em ouro com aplicações de esmaltes e pérolas naturais, apresenta o formato de um pequeno templo. No seu interior, encontra-se um conjunto de figurações miniaturizadas de oito cenas da Paixão de Cristo, esculpidas em madeira de buxo. Por detrás das figuras, entrevê-se um fundo coberto de penas esverdeadas.
A origem deste tipo de pendentes devocionais tem sido tema de debate entre os especialistas. A utilização de um recetáculo em cristal de rocha a encerrar figuras, de relevos esmaltados em montagens de ouro, com ornamentação de motivos geométricos e cartelas recortadas, e de pingentes de pérolas caracterizaram a produção da joalharia espanhola da segunda metade do século XVI. No entanto, as esculturas em miniatura, em madeira de buxo com o tapete de penas (uma tradição asteca da arte de plumária), sugerem tratar-se de uma produção ligada às escolas missionárias franciscanas no México.

Anel episcopal

Anel episcopal

Sem marcas de fabrico

1790

Ouro, diamantes

Ficha de inventário

Tal como o báculo e a mitra, o anel é outro dos objetos simbólicos da dignidade de um bispo da Igreja Católica. Representativo da fidelidade e da união com a Igreja, o anel episcopal é a primeira das insígnias a ser benzida e entregue ao novo bispo na cerimónia da sua sagração.
Este anel pertenceu a D. Américo Ferreira dos Santos Silva, bispo do Porto entre 1871 e 1879.

Conjunto de Âmbulas de Reserva

Portugal , Porto 

Ourives: IOC, José de Oliveira Caetano

1810 – 1818

Prata branca e prata dourada, laminada, fundida, cinzelada e gravada

Ficha de inventário

As âmbulas eram usadas como depósito de reserva dos Santos Óleos, presentes em certos rituais católicos.
Estes exemplares representam bem o trabalho da ourivesaria portuguesa no início do século XIX. A estrutura de esquema geométrico e o tratamento liso e polido das superfícies refletem a influência do classicismo britânico de Robert Adam. Este movimento inspirou-se nas artes e cultura clássicas da Antiga Grécia e de Roma.

Cofre

Índia, Guzarate

Século XVI

Tartaruga; prata, cinzelada, recortada e fundida

Ficha de inventário

Este cofre, datável da segunda metade do século XVI, foi executado em placas de tartaruga translúcida retiradas do ventre da carapaça. As montagens em prata estão decoradas com motivos vegetais e animais. Na fechadura articula-se o característico ferrolho em forma de lagarto que, à luz da iconologia indiana, é interpretado como um símbolo do fogo e de imortalidade.
À semelhança de alguns dos cofres de tartaruga existentes em coleções portuguesas, não apresenta qualquer característica que aponte para uma função determinada. Sabe-se que alguns destes cofres foram usados em conventos e igrejas para conter relíquias, o que não impede que fosse outra a sua função inicial, porventura mais diversificada.

Bandeja

Itália, Roma

Ourives: Pietro Paulo Pieri

1685 – 1718

Prata, laminada, gravada e cinzelada  

Ficha de inventário Bandeja 38.1 Our MNSR

Ficha de inventário Bandeja 38.2 Our MNSR

Obra importada e de encomenda, esta bandeja apresenta as armas de Salgado, Araújo, Câmara e Tavares, de D. Frei João da Cruz, 22º bispo de Miranda (1750-1756). A peça ilustra a austeridade formal e decorativa que caracterizou o gosto português ao longo do século XVII e inícios do século XVIII.
Faz parte de um conjunto original de cinco exemplares de bandejas quadradas que se encontra hoje disperso por três museus públicos: o Museu do Abade de Baçal, o Museu Nacional de Arte Antiga e o MNSR.

Salva

Portugal, Porto

Ourives: BF, atribuível a Baltazar Fernandes 

Século XVIII (1700-1758)

Prata, repuxada e cinzelada 

Ficha de inventário

Fabricada no Porto na primeira metade do século XVIII, esta salva de grandes dimensões associa-se estilisticamente aos finais do século XVII pelo tipo de composição e temática decorativa. Na densa decoração com pássaros, folhagens e flores continua a predominar a tulipa, a flor preferencial da ornamentação deste período.

Bule

Portugal, Porto

Ourives: IRC, não identificado

1768- c. 1784

Ficha de inventário

No âmbito da expansão marítima da Idade Moderna, os contactos com o Oriente e a América criaram novos hábitos de consumo na Europa. O chá, o café e o chocolate difundiram-se como bebida, o que conduziu à produção de objetos adequados para os servir aos apreciadores.
Este bule em prata, no qual podemos encontrar influência dos modelos franceses de finais do século XVIII, integrava o conjunto de peças do Paço Episcopal do Porto transferidas para o Estado após a implantação da República. O conjunto foi incorporado definitivamente no acervo do MNSR em 1938.

Naveta

Portugal  

Sem marcas de fabrico

1700-1750

Ficha de inventário

As cerimónias católicas integram a queima de incenso desde os primeiros tempos do cristianismo. A naveta, cuja designação se refere à forma de pequena nau, era utilizada para guardar o incenso utilizado nestes rituais.
Esta peça de gosto barroco chegou ao MNSR na década de 1940, proveniente do Palácio das Necessidades, em Lisboa. A transferência teve como objetivo o estudo, a classificação e a futura exposição neste Museu.