No Natal de 1223, São Francisco de Assis criou o primeiro presépio da história. Na cidade de Greccio, São Francisco de Assis reuniu pessoas que representaram o nascimento de Jesus.
No Museu Nacional Soares dos Reis, várias peças do acervo evocam cenas alusivas ao presépio e à Sagrada Família, como o exemplo aqui apresentado «Sagrada Família, São João e um Anjo», óleo sobre cobre, datado dos séculos XVI-XVII, proveniente da doação de Berta Pinto dos Santos Villares (1204 Pin MNSR).
Segundo o primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, daquele presépio do Natal de 1223, “todos voltaram para suas casas, cheios de inefável alegria”. A Igreja considera que com a simplicidade daquele gesto, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização.
Símbolo icónico do Cristianismo, o presépio tem como objetivo representar o Menino Jesus nascido em Belém. Naquela época, a ação de São Francisco tinha um propósito didático, visando facilitar a compreensão das pessoas sobre o nascimento de Jesus.
Escreveu S. Boaventura, a propósito do presépio de Greccio: «Três anos antes da morte [S. Francisco] resolveu celebrar com a maior solenidade possível a festa do Nascimento do Menino Jesus, ao pé da povoação de Greccio, a fim de estimular a devoção daquela gente. Mas para que um tal projeto não fosse tido por revolucionário, pediu para isso licença ao Sumo Pontífice, que lha concedeu.
Mandou preparar uma manjedoira com palha, e trazer um boi e um burrito. Convocaram-se muitos Irmãos; vieram inúmeras pessoas; pela floresta ressoaram cânticos alegres… Essa noite venerável revestiu-se de esplendor e solenidade, iluminada por uma infinidade de tochas a arder e ao som de cânticos harmoniosos. O homem de Deus estava de pé diante do presépio, cheio de piedade, banhado em lágrimas e irradiante de alegria. O altar dessa missa foi a manjedoira.
Francisco, que era diácono, fez a proclamação do Evangelho. Em seguida dirigiu a palavra à assembleia, contando o nascimento do pobre Rei, a quem chamou, com ternura e devoção, o Menino de Belém. (…) O exemplo de Francisco correu mundo e ainda hoje consegue excitar à fé de Cristo muitos corações adormecidos.»